SÓ existimos por causa do sexo. Tanto que nos ensinam que é isso que garantirá o futuro da humanidade. Por mais caótico que ele possa vir a ser. Desde cedo respondemos formulários com o campo “sexo” e isso jamais foi um problema…A não ser no máximo ter que esclarecer para uma criança (naturalmente já alfabetizada) que talvez se depare com um destes formulários. Esclarecendo, é claro, que isso nada mais é do que uma necessidade boba do século passado. Nessa época costumávamos ser rotulados – ufa! Ainda bem que isso ficou no século passado (SQN).
Tomamos banho nus junto de nossas crias – ao menos até uma certa idade. Beliscamos seus bumbuns e rimos juntos destas brincadeiras. Provemos carinhos, carícias, desde cedo, em nossos filhos enxergando muito amor nesse ato. E promovemos o carinho entre crianças pequenas, do tipo: “Vai lá meu amor, dê um beijo n@ amiguinh@” sem malícias.
Por falar em amor…
Por falar em amor, alguns até mesmo dizem por aí que fazem amor e não sexo. Enquanto estamos transmitindo valores atrelados à afetividade para nossos filhos estamos também fazendo amor com eles? Definitivamente, dentro deste contexto de amor “adulto”, não.
Do ponto de vista do amor propriamente dito, é lógico que sim: estamos nos amando por meio de expressões corporais e linguísticas não pervertidas.
Por que então nos parece – ao menos para a grande maioria dos adultos – tão difícil explicarmos para as crianças o que está por trás do sexo? Em que momento de nossas vidas “roubaram” a nossa pureza? Quem a “roubou”? Quem permitiu que ela fosse “roubada”?
E principalmente, já pararam para pensar sobre todas as consequências desse grande assalto que quase todo (se não todo) ser humano passa nessa vida após este “trauma”?
Duvido que, se não você mesm@, você não conhece ao menos alguém que se tratou já adulto buscando resolver conflitos internos. Ainda mais sendo esses provenientes de amores e/ou relações maléficas ou mal resolvidas. Interessante observar também que quase todos os adultos (se não todos, ao menos aqueles que são pais) se preocupam com a educação sexual de seus filhos. E tem muito sobre amor e sexo em sua plenitude a ser explorada nesta tratativa.
Então, por que ainda há tanto ranço em torno da palavra sexo, se ela nos permeia desde o nosso primeiro respiro?
Por que a palavra sexo incomoda tanto?
Da mais nova série de artigos, “Os especialistas do Futuro do Sexo respondem”, passaremos a explorar este debate com a sociedade: “Por que a palavra sexo ainda incomoda tanto? Como podemos ajudar a sociedade por meio de ações práticas a desmistificar tantos tabus por trás desta palavra (que já estou até com medo de repetir… SQN de novo (rs) – sexo?”
Sexo é algo muito bom, prazeroso, energético. Nos transcende. É vida e é simples. É sinônimo de amor sim – tanto que gera frutos. Quando não é feito com amor, tem outros nomes. Por isso mesmo inclusive é que ninguém tem receio em falar o termo “educação sexual”.
Paradoxalmente, tenho a impressão de nunca, NUNQUINHA, ter recebido a devida educação sexual – e muito menos de ter conhecido alguém que tenha. Nem de meus pais, nem das escolas pelas quais passei e muito menos de governos e igrejas, seja a religião ou filosofia que for.
O que me foi “dito” são coisas sobre o que não fazer. O que me precaver. O que não pensar. O que é certo e o que é errado – sempre baseado em valores distorcidos da educação sexual desde séculos atrás e que apenas vão sendo repassados de geração em geração, sem muitos questionamentos. Parece na verdade que ninguém se atreve.
Atire a primeira pedra aqui que adulto que sente que teve uma devida educação sexual quando era criança e adolescente. E que chegou então em sua fase adulta – e sexual – sem nenhum grilo na cabeça. Sem dúvidas que pudessem parecer no mínimo esquisitas ou bobas se fossem colocadas em uma mesa de bar para discussão com amigos.
Educação sexual e busca de informações fora de casa
Infelizmente, não é a toa que os pré-adolescentes e adolescentes buscam informações sobre o assunto fora de casa. Como buscar segurança, confiança, bom-senso, naturalidade, liberdade e alegria para tratar do assunto dentro de suas próprias casas? Quando, na verdade, é percebido por eles que tais princípios não lhes parecem estar muito bem ancorados ali? Onde foram parar todos estes princípios tão presentes na família naquelas brincadeiras todas de quando éramos crianças?
Qual seria, então, o futuro do sexo e das relações afetivas ideais? Aquela que você, em primeiro lugar, gostaria que tivessem te dito antes de tantas dores, mágoas, choros, traumas, arrependimentos? Bora lá construir este novo cenário com a gente daqui em diante? ; )
#boracontribuir