O que você acha de falar dos órgãos íntimos com naturalidade quando se trata de educação sexual com nossas crianças? Em 2015, um programa de TV infantil para crianças de 3 a 6 anos na Suécia voltado para a compreensão do corpo humano, levou ao ar uma animação educativa muito controversa. Até hoje, tomando por base muitos dos compartilhamentos deste vídeo, já ocorreram mais de 10 milhões de views. A maioria das pessoas gostou. Mas também houve muitas críticas.
“Vamos manter em segredo que as crianças têm vaginas e pênis até terem 18 anos. Provavelmente eles não repararão até lá e assim que o fizerem, então estas coisas nojentas serão felizmente cobertas de culpas e vergonhas.”, ironizou Caroline Ginner, diretora da programação para crianças do canal sueco em resposta aos muitos comentários e e-mails recebidos, parte deles reivindicando que este tipo de abordagem não pode ser tido como educação sexual. A equipe do programa esclareceu o seguinte ponto. O conteúdo foi pautado sobre as dúvidas a respeito destes órgãos que as próprias crianças suecas enviavam para a produção.
As crianças (quer queiram os pais ou não – provavelmente) veem tendo contato cada dia mais cedo com conteúdos adultos. E parte da razão é uma curiosidade sobre um assunto “proibido”. Talvez torná-lo um assunto natural seja um caminho possível para que uma nova geração de adolescentes e novos adultos seja menos mal-resolvida com a questão? Tanto tempo ainda levará para que sexo seja tratado com a conotação e naturalidade de vida e prazer. Naturalidade assim como falamos com nossas crianças sobre alimentação, esportes entre outros assuntos? O problema são as crianças ou… nós, adultos?
A educação sexual dada as nossas crianças nos dias atuais continua se pautando basicamente nas tratativas ligadas apenas a anatomia e fisiologia humana. E evoluído um pouco para as preocupações (dos pais) sobre pedofilia. E do ponto de vista das crianças em si, o que de fato elas querem saber e muitas vezes tem receio em perguntar aos responsáveis diretos, em especial aos pais?
Quais outras contribuições com este debate você tem a fazer?
Versão oficial em inglês neste link (apenas áudio). E aqui, a legendada em inglês.