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Espiritualidade: uma forma de nos relacionarmos melhor com as crianças

No texto anterior, conversamos sobre o contexto atual, em que enfrentamos o desafio de integrar o masculino e feminino em nos mesmos. Alinhando esse eixo, podemos  orientar melhor nossas crianças, em meio à solidão que permeia nossa época. No texto de hoje, relatarei a minha visão da espiritualidade.

A espiritualidade como uma ponte para solucionar essa crise

Percebo em minha própria história pessoal, e também em minhas pesquisas, que um caminho para integração e conexão pode ser através da espiritualidade. Ou seja, das relações consigo mesmo, com outros seres humanos e com a natureza.

Em minha atuação profissional, vejo claramente que perdemos a relação com essas três esferas. Se quisermos um mundo melhor com menos caos relacional, enxergo que devemos voltar a nos conectar com isso.

Em relação a espiritualidade, cabe a cada adulto achar o seu jeito de restabelecer essa ligação

Devemos encontrar dentro dos nossos corações uma nova forma de se conectar com aquela força que está além da nossa humanidade. Essa é o aspecto de nossa existência que nos inspira e que nos acolhe.

Devemos, como seres humanos conscientes, criar uma nova relação com o espírito,  de forma autônoma e livre, recorrendo a força do nosso próprio EU. Essa intenção no adulto, faz brotar na criança a devoção por aqueles que se esforçam nesse sentido.

Nossos tempos modernos pedem de cada ser uma nova forma de se conectar com a natureza

Isso se dá pois perdemos esse vínculo com a natureza quando nos emancipamos. Nos emancipamos dos ritmos contidos no sono, na vigília, na concepção, na reprodução e na alimentação. Cada adulto deve buscar restabelecer uma nova relação com a terra, passando uma imagem para a criança de que vale a pena viver aqui. 

Nesse sentido, a mensagem a ser passada é a de que a terra é um bom lugar para elas estarem. Tal prática traz às nossas crianças o entusiasmo para viver.

Por fim, perdemos nossa relação com a nossa etnia, com a nossa consanguinidade, com a nossa família

Antigamente, cada membro da família tinha seu papel, existia um clã. Hoje não! Ainda temos família, mas cada um vive muitas vezes isolado em seu quarto, ao mesmo tempo que conectado com tudo que acontece no mundo.

No entanto, está sendo dentro de nossas casas que sentimos a mais profunda solidão.

Essa conexão com outro ser humano é, ao meu ver, a mais importante e urgente tarefa de nosso tempo. Aqui a palavra que devemos ter em mente é interesse.  Ou seja, somente o interesse verdadeiro por outro ser humano pode fazer surgir a reconexão.

A palavra de ouro das relações humanas é confiança

Confiança é o que derramamos em nossas crianças quando nos esforçamos para nos conectarmos verdadeiramente com outro ser humano.

Se quisermos ajudar nossas crianças e  jovens nesse mundo cada vez mais complexo, vulnerável, ambíguo e volátil devemos buscar nosso próprio cerne. Ou seja, devemos buscar nosso próprio Eu.  Assim, em vez de realizar essa busca alienando-se de nós mesmos, e consequentemente do outro, devemos aceitar e compreender a gente mesmo.  Dessa forma, somente aceitando e compreendendo a gente mesmo é que somos capazes de aceitar e compreender o outro.

Essa é a base sadia para qualquer relacionamento

E você, como experiência a reconexão consigo, com o outro e com a natureza?

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