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Sexualidade Sociedade

Nem o Papa legal escapa! Criança homossexual no Psiquiatra?

Nesta manhã me deparei com a notícia na Folha de SP que o Papa recomendou publicamente que se um pai ou uma mãe está agoniad@ com uma tendência homessexual de um filho ou filha ainda criança, que “há muito que pode ser feito por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas”.

O que isso tem a ver com visitas ao psiquiatra?

Dito isso, o Vaticano, horas depois, emitiu um comunicado retirando a referência à psiquiatria da transcrição oficial, alegando que o Papa não quis abordar o tema como uma doença. Entendo o posicionamento do Vaticano.

O que me chama a atenção é: Por que raios as pessoas tendem a interpretar as coisas sempre por um viés “negativo”? Isso me entristece bastante, pois de fato demonstra como o ser humano tem uma atração muito maior pela desgraça do que pela felicidade, pela harmonia entre as pessoas. A citação acima entre aspas é uma reprodução pura do que foi publicado no jornal, no corpo do texto. Mas naturalmente o título foi alterado para “Papa recomenda psiquiatra para crianças gays”. Afinal, este título chama mais a atenção, sem dúvida.

Por conta do que tratamos aqui na talkB4, impossível que eu não parasse para ler esta matéria. Assim que li a frase dita pelo papa  a primeira ideia que me veio á cabeça foi a seguinte percepção:

 A preocupação do Papa está em orientar

Orientar que, acima de tudo, se um pai ou uma mãe não sabem como lidar com a questão, que a psiquiatria pode ajudar numa melhor compreensão dos fatos. Simples assim.

Julguei inclusive uma resposta muito apropriada. Não a interpretei como algo relacionado a “cura” – que me parece que foi a interpretação de muitas outras pessoas.

Conhecendo o Papa Francisco como conheço, e é pouco, apenas pela mídia, achei a resposta até mesmo reconfortante. Digo isso não como mãe, mas como empreendedora e pesquisadora no meio. Segundo o que foi publicado na própria Folha, ele ainda disse “diria… que não condenem, que dialoguem, que deem espaço ao filho ou filha”. E ainda “Nunca direi que o silêncio é um remédio. Ignorar seu filho ou filha com tendências homossexuais é uma falha da paternidade ou maternidade”.

O papa tem toda a razão.

Mas daí a interpretar que a mensagem dele é de certa forma se posicionar como se isto fosse visto como uma doença é algo que a imaginação dos humanos é que fazem. Isso está longe de significar que foi isso que ele quis dizer. Quem está na mente dele naquele exato momento buscando dar uma resposta ao jornalista?

O que falta neste mundo é pararmos de pré-julgar. Impressionante como essa habilidade é apurada em nós. Falar é fácil, difícil mesmo é atuar sobre. Outra coisa importante de ensinarmos às crianças e jovens: julgar menos,  entender mais, sermos mais empáticos com o outro. É disso que o mundo precisa. De mais amor. E menos dor.

Lidamos com conflitos semelhantes de diversas famílias aqui em nosso ambiente, pessoas que nos procuram para este tipo de bate papo. Não há uma resposta pronta para a questão, o que há são fatos, dados, busca pela compreensão de situações inusitadas em nossas vidas. A resposta emerge naturalmente de dentro de cada um de nós. E isso é lindo.

O nosso propósito é ajudar adultos que lidem com crianças e jovens a se entender melhor com tudo isso. Cada um com sua verdade – afinal, existem várias. Mas vamos juntos analisar diversos prismas que até então não estavam em nosso radar?

A nossa vivência de lançamento está no ar!

E nela, diversos especialistas trazem luz a temas interessantes nos quais por vezes nos esquecemos de analisar. Já pensou como as constelações familiares impactam nesse contexto todo por exemplo? Ou em que mundo adulto estes jovens estarão em 10-15 anos – definitivamente, um mundo adulto bem diferente deste nosso atual?

E você, como tem lidado com tanta complexidade na formação dos futuros adultos? Qual legado deixaremos? Que passado queremos ser lembrados de ter ajudado a construir?

Estamos aqui para te ouvir. E trocar umas figurinhas a respeito. TalkB4. Melhor você. Antes.

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